segunda-feira, 17 de abril de 2017

A permanência do afeto


i.                    Little


Olhar desconfiado, cabeça baixa, retraimento e sentimento de deslocamento social. Chiron cresce em um ambiente hostil, a começar pela relação conflituosa com a mãe, usuária de drogas.
Criança, indefesa, sobrevive às dificuldades de conviver em uma vizinhança barra pesada. É de poucas palavras, e como os tímidos, possui uma vida interior rica e singela.
A infância e a relação com outros meninos faz aflorar nele dúvidas quanto à própria identidade. Não se reconhece no grupo.
A solidão e o mutismo encontram conforto na relação com o traficante do local, Juan, que se revela a substituição da figura paterna. 
Este é o retrato da infância de Chiron, perpassada pela fotografia intimista, iluminação escura e azul, como a luz do luar. Porque, segundo Juan, sob a luz do luar, todos os meninos negros são azuis, lembrando que a expressão “blue” em inglês significa além de azul, melancolia.

               ii.                  Chiron

 Durante a adolescência de Chiron, os conflitos com os colegas de escola se acirram. Vítima de ataques e acusações referentes à homossexualidade, permanece o sofrimento diante do grupo.
Em frente ao mar, sob a luz do luar, o jovem descobre, com um amigo, a proximidade, o desejo e o afeto.
Contudo, o meio não favorece o encontro entre ambos, e, após experiências de dor, em uma briga de escola, Chiron acaba sendo preso.

iii.                Black


Já adulto e com nova roupagem, Chiron envolve-se com o tráfico. Mas por baixo da nova aparência, permanece algo de ingênuo e sincero em si. A permanência do afeto.



quarta-feira, 22 de março de 2017

Matizes de Rubem Ludolf

       Está em cartaz na Galeria Berenice Arvani a exposição Rubem Ludolf e o Plano da Cor, que tem a curadoria de Celso Fioravante.
    Expoente do concretismo brasileiro, o alagoano Ludolf foi, além de pintor, arquiteto e paisagista, mas foi com o estudo da cor que sua obra ganhou matizes novos e identidade visual própria.
Óleo Sobre Tela
1985 
       As obras de Ludolf tem como ponto de partida a escolha das cores, e é no entrelaçar entre elas que as formas se revelam, e aguçam a percepção do espectador.
       Na exposição em cartaz na Galeria Berenice Arvani, organizada por cronologia, é possível verificar os trabalhos do artista desde a época histórica, onde fazia figurativismo, até as obras mais modernas, que segundo já se afirmou, flertam com o neoconcretismo.

Sem título
Óleo Sobre Tela
2004

       O artista esteve presente na primeira exposição do Grupo Frente, do qual participou desde a fundação, em 1955. Como arquiteto, trabalhou no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). Tem no currículo a exposição em cinco bienais e foi premiado.


       A mostra fica em cartaz até 28 de abril de 2017 e pode ser visitada na Rua Oscar Freire, 540, Loja 5, Jardins, São Paulo. 
         
         Fontes: http://www.galeriaberenicearvani.com/rubem-ludolf-e-o-plano-da-cor.asp
                       http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9536/rubem-ludolf