Olhar
desconfiado, cabeça baixa, retraimento e sentimento de deslocamento social. Chiron
cresce em um ambiente hostil, a começar pela relação conflituosa com a mãe,
usuária de drogas.
Criança,
indefesa, sobrevive às dificuldades de conviver em uma vizinhança barra pesada.
É de poucas palavras, e como os tímidos, possui uma vida interior rica e
singela.
A infância e a
relação com outros meninos faz aflorar nele dúvidas quanto à própria
identidade. Não se reconhece no grupo.
A solidão e o
mutismo encontram conforto na relação com o traficante do local, Juan, que se
revela a substituição da figura paterna.
Este é o
retrato da infância de Chiron, perpassada pela fotografia intimista, iluminação
escura e azul, como a luz do luar. Porque, segundo Juan, sob a luz do luar, todos
os meninos negros são azuis, lembrando que a expressão “blue” em inglês
significa além de azul, melancolia.
ii.
Chiron
Durante a adolescência
de Chiron, os conflitos com os colegas de escola se acirram. Vítima de ataques
e acusações referentes à homossexualidade, permanece o sofrimento diante do
grupo.
Em frente ao
mar, sob a luz do luar, o jovem descobre, com um amigo, a proximidade, o desejo
e o afeto.
Contudo, o
meio não favorece o encontro entre ambos, e, após experiências de dor, em uma
briga de escola, Chiron acaba sendo preso.
iii.
Black
Já adulto e com nova roupagem, Chiron envolve-se com o
tráfico. Mas por baixo da nova aparência, permanece algo de ingênuo e sincero
em si. A permanência do afeto.